O Fio da Carneadeira (part. Jean Kirchoff, Emerson Martins e Piero Ereno))

Jorge Freitas

Compositor: Joel De Freitas Paulo / Nilton Ferreira

Primera!

Adentro!

Sou o fio da carneadeira
A morte aflora no aço
Pela destreza braçal
Que antes maneja o laço.

Antigo ritual de campo
Mistério que propicia
Ver no olhar do irracional
A dor crucial da sangria.

Sou o fio da carneadeira
Cruel ciclo dos fatos
No fratricídio de pelear
Chimangos e maragatos.

E numa clara alusão
Às cruzes que a faca fez
Foi sentença por La Torre
No embate em 93.

Sob o fio da carneadeira
Tomba uma res semeando vida
Sendo na mesa o consumo
Ou mesmo em forma de lida.

Lâmina passa da chaira
Torna-se avio da desgraça
Pra algum instinto maleva
Que é algoz da própria raça.

Segunda!

Adentro!

Sou o fio da carneadeira
O corte beneficia
E o castrador desde então
Terá outra serventia.

São mandamentos que regem
A religião das estâncias
E o cunho que sacrifica
Assim faz por circunstância.

Sou o fio da carneadeira
Com tristeza se constata
A violência que assola
Até por misérias platas.

Faca afiada não é pua
Pra se extravasar uma rinha
Após seu uso bem feito
Ai que vestir a bainha.

©2003- 2024 lyrics.com.br · Aviso Legal · Política de Privacidade · Fale Conosco desenvolvido por Studio Sol Comunicação Digital